O Começo da Internet no Brasil - RETRÔ88

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O Começo da Internet no Brasil

REVISADO EM: 21/FEVEREIRO/2024
Para ajudar na sua exploração todo "Link" visitado muda a cor.
A internet no Brasil iniciou-se em setembro de 1988 quando no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), localizado no Rio de Janeiro, conseguiu acesso à Bitnet, através de uma conexão de 9.600 bits por segundo estabelecida com a Universidade de Maryland.
Dois meses depois foi a vez da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que também ligou-se à Bitnet, por meio de uma conexão com o Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab), em Chicago. Algum tempo depois, a Fapesp criou a rede ANSP (Academic Network at São Paulo), interligando a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (Unicamp), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Mais tarde, ligaram-se à ANSP a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). (somente como simples correio eletrônico ou envio de arquivos).
Post completo em: https://www.oficinadanet.com.br/artigo/9

A Internet chegou no Brasil em 1988 por iniciativa da comunidade acadêmica de São Paulo (FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e Rio de Janeiro UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica).

Em 1989 foi criada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, a Rede Nacional de Pesquisas (RNP), uma instituição com objetivos de iniciar e coordenar a disponibilização de serviços de acesso à Internet no Brasil; como ponto de partida foi criado um backbone conhecido como o backbone RNP, interligando instituições educacionais à Internet.
Esse backbone inicialmente interligava 11 estados a partir de Pontos de Presença (POP - Point of Presence) em suas capitais; ligados a esses pontos foram criados alguns backbones regionais, a fim de integrar instituições de outras cidades à Internet; como exemplos desses backbones temos em São Paulo a Academic Network at São Paulo (ANSP) e no Rio de Janeiro a Rede Rio.

Em 12 de março de 1989, o pesquisador britânico Tim Berners-Lee (Sir é um físico britânico, cientista da computação e professor do MIT. É o criador da World Wide Web, tendo feito a primeira proposta para sua criação a 25 de março de 1989) descreveu em um relatório para o CERN o protocolo para a transferência de hipertextos, que um ano depois seria a World Wide Web. Berners-Lee não inventou a Internet. A rede mundial foi esboçada em meados dos anos 70 e começou a funcionar oficialmente em 1983, fruto de um projeto de origem militar. A Internet é basicamente ferro: Enxames de computadores conectados entre si, que compartilham um protocolo e normas de conexão; algo assim como a língua franca que lhes permite se entenderem uns com aos outros. E graças a isso podem oferecer certos serviços, como o correio eletrônico e a transferência de dados. A ideia da Web não foi fruto de uma repentina inspiração. Bernes-Lee tinha começado a trabalhar no CERN em 1980. Ali trabalhavam na época umas 10.000 pessoas, distribuídas por muitos centros que se comunicavam entre si pelos únicos meios disponíveis: simples correio eletrônico ou envio de arquivos.

Coloquemos as coisas em perspectiva: em 1980 o Windows ainda não existia. A maior parte dos computadores pessoais funcionava com o MS-DOS: simples linhas de texto verde sobre um fundo negro. As telas com capacidade gráfica, ainda com características muito primitivas, estavam reservadas somente a alguns privilegiados. Em um disquete cabia entre 25% e meio megabyte. A Internet existia, mas somente como suporte de correio eletrônico, transferência de arquivos e alguns serviços de pagamento, que ofereciam downloads de informação. A conexão, para o comum dos mortais, tinha de utilizar um modem com uma linha analógica de telefone.

Mas Berners-Lee não se limitou a estabelecer princípios na web. Em 1990, criou o primeiro navegador com interface gráfica, que poderia apresentar não apenas texto, mas também baixar imagens. Naquela época, apenas em tons cinza, a única cor permitida em seu NeXT. (O primeiro servidor da Web foi um computador NeXT – um extraordinário projeto de Steve Jobs, posterior à sua saída da Apple. Era uma máquina adiantada para sua época e que talvez por isso nunca teve muito êxito comercial. Estava instalada no próprio CERN e seu endereço era no link ). O NeXT era uma máquina pouco difundida e apenas aqueles que dispunham de uma podiam aproveitar as capacidades gráficas da Web. O resto tinha que se conformar com simples versões de texto, por isso logo apareceram navegadores para outras plataformas. O próprio Robert Cailau, um dos primeiros adeptos e divulgadores da ideia de Berners-Lee, começou a desenvolver um para sistemas Mac, mas então o Centro Nacional de Aplicações para Supercomputação dos Estados Unidos havia destinado recursos para desenvolver o Mosaic, que se transformou de fato no padrão dos navegadores. Foi o avô do Netscape, Explorer, Firefox e demais...

Em 1999, a revista Time incluiu Tim Berners-Lee na lista das cem pessoas mais influentes do século XX. E com razão. Poucas vezes pode-se dizer que uma revolução social como a que foi proporcionada pela WEB tenha sido obra exclusiva de apenas uma pessoa.

A exploração comercial da Internet foi iniciada em dezembro/1994 a partir de um projeto piloto da Embratel, onde foram permitidos acesso à Internet inicialmente através de linhas discadas, e posteriormente (abril/1995) através de acessos dedicados via RENPAC ou linhas E1.

Em paralelo a isso, a partir de abril/1995 foi iniciada pela RNP um processo para implantação comercial da Internet no Brasil, com uma série de etapas, entre as quais a ampliação do backbone RNP no que se refere a velocidade e número de POP's, a fim de suportar o tráfego comercial de futuras redes conectadas a esses POP's; esse backbone a partir de então passou a se chamar Internet/BR.

Uma primeira etapa da expansão desse backbone foi concluída em dezembro/1995, restando ainda a criação de POP's em mais estados; além disso, algumas empresas (IBM, UNISYS, Banco Rural) anunciam em 1996 a inauguração de backbones próprios.

A Administração da Internet no Brasil

No Brasil, a instância máxima consultiva é o Comitê Gestor Internet; criado em junho/1995 por iniciativa dos ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, é composto por membros desses ministérios e representantes de instituições comerciais e acadêmicas, e tem como objetivo a coordenação da implantação do acesso à Internet no Brasil.

Em se tratando de redes, a RNP administra o backbone Internet/BR, através do Centro de Operações da Internet/BR; as redes ligadas a esse backbone são administradas por instituições locais, por exemplo a FAPESP, em São Paulo.

Ligado à RNP existe ainda o Centro de Informações da Internet/BR cujo objetivo principal é o de coletar e disponibilizar informações e produtos de domínio público, a fim de auxiliar a implantação e conexão à Internet de redes locais.

DEBATE SOBRE O MARCO CIVIL DA INTERNET:


O que é o DNS
Cada computador conectado à Internet possui, pelo menos, um endereço IP próprio. Contudo, os usuários não querem trabalhar com endereços numéricos do tipo 194.153.205.26, mas com um nome de domínio ou endereços mais explícitos (chamados endereços FQDN) do tipo [/ CCM.net].
Assim, é possível associar nomes em linguagem corrente aos endereços numéricos graças a um sistema chamado DNS - Domain Name System. Chama-se resolução de nomes de domínios (ou resolução de endereços) a correlação entre os endereços IP e o nome de domínio associado. O sistema Domain Name System (DNS) foi criado em novembro de 1983 por Paul Mockapetris (RFC 882 e RFC 883) e, em seguida, revisto em 1987 no RFCs 1034 e 1035. O DNS foi objeto de vários RFCs. Quando a internet foi desenvolvida, foi estabelecido como padrão para essa codificação o conjunto de códigos de texto ASCII (sigla em inglês para Código Padrão Americano para Intercâmbio de Informação). Nesse primeiro momento, apenas os caracteres usados na língua inglesa foram programados, (sem acentos e o cedilha "ç" usados no Brasil).
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